Avaliação do impacto dos padrões de fadiga neurofisiológica na tomada de decisões táticas em jogadores de futebol de elite utilizando tecnologia de EEG wearable
DOI:
https://doi.org/10.47197/retos.v70.117003Palavras-chave:
Fadiga mental, biomarcadores de EEG, poder teta frontal, tomada de decisão, desempenho no futebol, carga cognitiva, neurociência desportiva, fadiga e cognição, tempo de reaçãoResumo
Introdução: O desempenho no futebol de elite depende da rápida tomada de decisões táticas sob tensão física e cognitiva. Se os efeitos da fadiga periférica na capacidade motora estão bem documentados, os marcadores neurofisiológicos da fadiga mental e o seu impacto na tomada de decisões durante a festa são pouco explorados.
Objectivo: Determinar como se relacionam os índices de fadiga centrais do EEG (potência theta frontal e relação theta/alfa) com a precisão e a velocidade das decisões tácticas em futebolistas de elite.
Metodologia: Veinte futbolistas masculinos de nível nacional (edad 22,4 ± 2,1 anos; ≥ 5 anos de experiência) completam o Teste de Recuperação Intermitente Yo-Yo Nível 1 com um auricular de EEG frontal de elétrodos secos de 8 canais. As propriedades teta frontal (4-7 Hz), alfa (8-12 Hz) e a relação teta/alfa são extraídas antes e depois do teste. A tomada de decisão foi avaliada através de uma prova tática validada com base em vídeo de 40 cenários que mediram a precisão (%) e o tempo de reação (ms). Resultados: Após a fadiga, a teta frontal aumentou 45% e a relação teta/alfa 47% (ambos p<0,001), enquanto a precisão de decisão diminuiu 15% (p=0,004) e o tempo de reação foi ralentizado 18% (p=0,002). A relação teta/alfa explicou 52% da variação da precisão da decisão (p<0,001).
Discussão: Estes sinais confirmam que os marcadores eletroencefalográficos portáteis captam com precisão os efeitos da fadiga central e predizem diretamente as deficiências na tomada de decisões táticas, o que estende a teoria da fadiga central aos contextos desportivos aplicados.
Conclusão: A theta frontal e a relação theta/alfa são biomarcadores robustos e portáteis para a monitorização da fadiga cognitiva no futebol, oferecendo vias práticas para a gestão do rendimento em tempo real e estratégias otimizadas de treino ou substituição.
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