Motivação para a prática de atividade física e níveis de ansiedade em adolescentes escolares
DOI:
https://doi.org/10.47197/retos.v72.116304Palavras-chave:
Ansiedade, motivação, atividade físicaResumo
Introdução: A prática regular de atividade física está associada a benefícios para a saúde física e mental, incluindo a redução dos sintomas de ansiedade. Compreender os fatores motivacionais que influenciam esta prática é fundamental para o desenvolvimento de estratégias eficazes de promoção do bem-estar nos adolescentes.
Metodologia: Foi realizado um estudo transversal com 254 adolescentes, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos, matriculados em escolas públicas de Campos Novos, SC, Brasil. Os níveis de ansiedade e os fatores motivacionais, incluindo as perceções de autonomia, competência e laços sociais, foram avaliados através de questionários validados. Os dados foram analisados através de estatística descritiva e testes comparativos entre os grupos.
Resultados: Os adolescentes fisicamente ativos apresentaram níveis de ansiedade mais baixos, sendo a motivação intrínseca o principal fator associado à prática de atividade física. Foram observadas diferenças entre géneros, com as raparigas a apresentarem níveis mais elevados de ansiedade moderada e grave em comparação com os rapazes. Maiores perceções de autonomia, competência e laços sociais estiveram associadas a menores níveis de ansiedade e a uma maior participação em atividades físicas.
Conclusões: Os resultados destacam a relação positiva entre a motivação intrínseca e a atividade física regular, bem como o papel protetor da competência percebida e dos laços sociais contra a ansiedade. As intervenções escolares e familiares devem focar-se no aumento da motivação intrínseca e na promoção da autonomia, competência e ligações sociais para reduzir os níveis de ansiedade nos adolescentes, especialmente nas raparigas, e promover a participação em atividades físicas a longo prazo.
Referências
Alberti, A., Araujo Coelho, D. R., Vieira, W. F., Moehlecke Iser, B., Lampert, R. M. F., Traebert, E., Silva, B. B. da, Oliveira, B. H. da, Leão, G. M., Souza, G. da, Dallacosta, F. M., Kades, G., Madeira, K., Chupel, M. U., Grossl, F. S., Souza, R., Soares, B. H., Rocha, R. E. R. da, Sipriano, E. da S., … Agostinetto, L. (2024). Factors associated with the development of depression and the influence of obesity on depressive disorders: A narrative review. Biomedicines, 12(9), 1994. https://doi.org/10.3390/biomedicines12091994
Lewinsohn, P. M., Gotlib, I. H., Lewinsohn, M., Seeley, J. R., & Allen, N. B. (1998). Gender differences in anxiety disorders and anxiety symptoms in adolescents. J Abnorm Psychol, 107(1):109-17.
Biddle, S., Sallis, J. F., & Cavill, N. A. (1998). Young and active? Young people and health enhancing physical activity. Evidence and implication. Health Education Authority.
Biddle, S. J. H., Ciaccioni, S., Thomas, G., & Vergeer, I. (2019). Physical activity and mental health in children and adolescents: an updated review of reviews and an analysis of causality. Psychol Sport Exerc., 42:146-55. doi:10.1016/j.psychsport.2018.10.002
Ministério da Saúde do Brasil (2021). Guia de Atividade Física para a População Brasileira. Ministério da Saúde.
Brown, H. E., Pearson, N., Braithwaite, R. E., & Brown, W. J. (2013). Physical activity interventions and depression in children and adolescents: a systematic review. Sports Medicine, 43(3):195-206. doi:10.1007/s40279-012-0005-0
Bursnall, P. (2014). The relationship between physical activity and depressive symptoms in adolescents: a systematic review. Worldviews Evid Based Nurs, 11:376-82. doi:10.1111/wvn.12074
Costello, E. J., Mustillo, S., Erkanli, A., Keeler, G., & Angold, A. (2005). Prevalence and development of psychiatric disorders in childhood and adolescence. Arch Gen Psychiatry, 62(6):593-602. doi:10.1001/archpsyc.62.6.593
Cotman, C. W., Berchtold, N. C., & Christie, L. A. (2007). Exercise builds brain health: key roles of growth factor cascades and inflammation. Trends Neurosci, 30:464-72. doi:10.1016/j.tins.2007.06.003
Deci, E. L., & Ryan, R. M. (2000). The "what" and "why" of goal pursuits: human needs and the self-determination of behavior. Psychol Inq, 11(4):227-68. doi:10.1207/S15327965PLI1104_01
Farias, J. C., Jr, Nahas, M. V., Barros, M. V. G., Loch, M. R., Oliveira, E. S. A., De Bem, M. F. L., et al. (2012). Validade e reprodutibilidade de um questionário para medida de atividade física em adolescentes: uma adaptação do Self-Administered Physical Activity Checklist. Revista Brasileira de Epidemiologia, 15(1), 198-210.
Gorenstein, C., & Wang, Y-P. (2015). Hungerbuhler I. Instrumentos de avaliacão em saúde mental. Artmed Editora.
Goudas, M., & Biddle, S. (1994). Perceived motivational climate and intrinsic motivation in school physical education classes. European journal of Psychology of Education, 9(3):241-50 http://www.mifras.org/know/wp-content/uploads/2014/06/Perceived-Motivational-Climate-and-Intrinsic-Motivation-in- School-Physical-Education-Classes.pdf
Guo, J., Garshick, E., Si, F., Tang, Z., Lian, X., Wang, Y, & Li, J. (2024). Environmental Toxicant Exposure and Depressive Symptoms. JAMA Netw Open, 7(7):e2420259.
Hagger, M. S., Chatzisarantis, N. L., & Harris, J. (2007). The interplay between perceived autonomy support and intrinsic motivation: a self-determination theory perspective. Journal of Personality and Social Psychology, 92(3):487-503. doi:10.1037/0022-3514.92.3.487
De Rezende, L. F., Azeredo, C. M., Silva, K. S., Claro, R. M., França-Junior, I., Peres, M. F., et al. (2015). The Role of School Environment in Physical Activity among Brazilian Adolescents. PLoS One, 22;10(6):e0131342.
El Miedany, Y., Lotfy, H., Hegazy, L. A., Elgaafary, M., Mahran, S., Plummer, S., et al. (2024). The Egyptian 24-h movement guidelines for children and adolescents: an integration of physical activity, sedentary behaviour, sleep and eating habits—by the Egyptian Academy of Bone and Muscle health. Egyptian Rheumatology and Rehabilitation, 51(1), 48.
Hu, S., Li, X., & Yang, L. (2020). Effects of physical activity in child and adolescent depression and anxiety: role of inflammatory cytokines and stress-related peptide hormones. Front Psychol, 11:1858. doi:10.3389/fnins.2023.1234409
Huyghebaert-Zouaghi, T., Ntoumanis, N., Berjot, S., & Gillet, N. (2020). Avançando na conceitualização e medição dos estados de necessidade psicológica: um modelo 3 × 3 baseado na Teoria da Autodeterminação. Journal of Career Assessment, 29(3), 396-421.
James, A. A., & Oshaughnessy, K. L. (2023). Environmental chemical exposures and mental health outcomes in children: a narrative review of recent literature. Front Toxicol, 30;5:1290119.
Lubans, D. R., Richards, J., Hillman, C., & Faulkner, G. (2016). Physical activity for cognitive and mental health in youth: a systematic review of mechanisms. Pediatrics, 14:114. doi:10.1542/peds.2015-2025
Moreno-Murcia, J. A. (2022). Motivar en educación física. No lo dudes, aplica la ciencia. https://www.researchgate.net/publication/367296641_Motivar_en_educacion_fisica_No_lo_dudes_aplica_la_ciencia
Romero-Carazas, R., Bazualdo-Fiorini, E. R., Pajares-Huaripata, E., Cabrera-Pimentel, H. R., Caro-Seminario, N. J., Jara-Ortega, C. E., Fernandez-Fernandez, R., & Panta-Medina, E. N. (2025). Impacto de la actividad física regular en la reducción de niveles de ansiedad en los jóvenes universitarios. Retos, 68, 1121–1132. https://doi.org/10.47197/retos.v68.115331
Santos, H. S., Santana, M. C. de, Rosa, P. V. N., Mantovani, J. E. M., Pereira, L. G., Silva, C. C., et al. (2023). Avaliação dos efeitos da atividade física na saúde mental: uma revisão sistemática. Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, 9(7), 1770–9.
Souza, A. M. A., Fraga, M. N. O., Moraes, L. M. P., Garcia, M. L. P., Moura, K. D. R., & Almeida, P. C. (2008). Grupo terapêutico com mulheres com transtornos de ansiedade: avaliação pela escala de ansiedade de Hamilton. Rev. RENE, 9:109-26.
Chaplin, T. M., Gillham, J. E., & Seligman, M. E. (2009). Gender, Anxiety, and Depressive Symptoms: A Longitudinal Study of Early Adolescents. J Early Adolesc. 29(2):307-27.
World Health Organization (2020). Guidelines on physical activity and sedentary behavior. World Health Organization. https://www.who.int/publications/i/item/9789240015128
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2025 Risoni Pereira Dias de Carvalho, Lenita Agostinetto, Cristina Keiko Yamaguchi, Adriano Alberti, Gracielle Fin

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e assegurar a revista o direito de ser a primeira publicação da obra como licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite que outros para compartilhar o trabalho com o crédito de autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
 - Os autores podem estabelecer acordos adicionais separados para a distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicado na revista (por exemplo, a um repositório institucional, ou publicá-lo em um livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
 - É permitido e os autores são incentivados a divulgar o seu trabalho por via electrónica (por exemplo, em repositórios institucionais ou no seu próprio site), antes e durante o processo de envio, pois pode gerar alterações produtivas, bem como a uma intimação mais Cedo e mais do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre) (em Inglês).
 
Esta revista é a "política de acesso aberto" de Boai (1), apoiando os direitos dos usuários de "ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, pesquisar, ou link para os textos completos dos artigos". (1) http://legacy.earlham.edu/~peters/fos/boaifaq.htm#openaccess