Motivação para a prática de atividade física e níveis de ansiedade em adolescentes escolares

Autores

  • Risoni Pereira Dias de Carvalho Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC)
  • Lenita Agostinetto Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC)
  • Cristina Keiko Yamaguchi Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC) https://orcid.org/0000-0001-7073-4307
  • Adriano Alberti Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC)
  • Gracielle Fin Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) https://orcid.org/0000-0001-7860-4451

DOI:

https://doi.org/10.47197/retos.v72.116304

Palavras-chave:

Ansiedade, motivação, atividade física

Resumo

Introdução: A prática regular de atividade física está associada a benefícios para a saúde física e mental, incluindo a redução dos sintomas de ansiedade. Compreender os fatores motivacionais que influenciam esta prática é fundamental para o desenvolvimento de estratégias eficazes de promoção do bem-estar nos adolescentes.

Metodologia: Foi realizado um estudo transversal com 254 adolescentes, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos, matriculados em escolas públicas de Campos Novos, SC, Brasil. Os níveis de ansiedade e os fatores motivacionais, incluindo as perceções de autonomia, competência e laços sociais, foram avaliados através de questionários validados. Os dados foram analisados ​​através de estatística descritiva e testes comparativos entre os grupos.

Resultados: Os adolescentes fisicamente ativos apresentaram níveis de ansiedade mais baixos, sendo a motivação intrínseca o principal fator associado à prática de atividade física. Foram observadas diferenças entre géneros, com as raparigas a apresentarem níveis mais elevados de ansiedade moderada e grave em comparação com os rapazes. Maiores perceções de autonomia, competência e laços sociais estiveram associadas a menores níveis de ansiedade e a uma maior participação em atividades físicas.

Conclusões: Os resultados destacam a relação positiva entre a motivação intrínseca e a atividade física regular, bem como o papel protetor da competência percebida e dos laços sociais contra a ansiedade. As intervenções escolares e familiares devem focar-se no aumento da motivação intrínseca e na promoção da autonomia, competência e ligações sociais para reduzir os níveis de ansiedade nos adolescentes, especialmente nas raparigas, e promover a participação em atividades físicas a longo prazo.

Biografias do Autor

  • Risoni Pereira Dias de Carvalho, Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC)

    Mestre em Biociências e Saúde

  • Lenita Agostinetto, Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC)

    Doutora em Produção Vegetal

  • Cristina Keiko Yamaguchi, Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC)

    Doutora em Engenharia e Gestão do Conhecimento

  • Adriano Alberti, Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC)

    Doutor em Ciências da Saúde

  • Gracielle Fin, Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC)

    Doutora em Ciências do Movimento Humano 

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Publicado

19-09-2025

Edição

Secção

Artigos de caráter científico: trabalhos de pesquisas básicas e/ou aplicadas.

Como Citar

Pereira Dias de Carvalho, R., Agostinetto, L., Keiko Yamaguchi, C., Alberti, A., & Fin, G. (2025). Motivação para a prática de atividade física e níveis de ansiedade em adolescentes escolares. Retos, 72, 611-621. https://doi.org/10.47197/retos.v72.116304